Last modified: 2014-04-03
Abstract
No Brasil, 1,35% da população é portadora do vírus linfotrópico para células T humanas tipo 1 ( HTLV-1) que causa, dentre outras doenças, a dermatite infecciosa associada ao HTLV-1 (DIH) e a paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM/TSP). HAM/TSP é forma grave de paraparesia espástica progressiva com envolvimento vesical e sensitivo já bem descrita em adultos. Contudo, há na literatura relatos na faixa etária infanto-juvenil, onde a maior casuística é brasileira ocorrendo associada ao DIH. Em estudo de coorte, durante 10 anos, foram acompanhados, 27 portadores de HAM/TSP com e sem DIH. Todos foram diagnosticados conforme critérios pré-estabelecidos (OMS) incluindo as escalas de avaliação funcional dos diversos sistemas e da incapacidade motora. Resultados: 16/27 (59,2%) eram portadores de HAM/TSP/DIH, 4 (18,5%) de HAM/TSP sem DIH, 3 (7,5%) de HAM/TSP provável sem DIH e 4 (14,8%) de HAM/TSP provável com DIH. Predominou o gênero feminino(63%). Em todos, a infecção foi vertical, provavelmente pela amamentação. A idade de início da HAM/TSP/DIH teve mediana de 10 anos [9–13] anos e taxa de progressão de 0 a 1,5 pontos. Nos com HAM/TSP sem DIH, a idade de início apresentou mediana de 17 [6-20,5] anos e a taxa de progressão variou de 0 a 1 ponto. Observou-se que HAM/TSP na faixa infanto-juvenil é rapidamente progressiva em relação à da vida adulta. Pacientes com mielopatia e/ou eczema grave em áreas endêmicas devem realizar sorologia para o HTLV-1, considerando que o diagnóstico e o tratamento precoces podem conduzir a uma melhor qualidade de vida.
Keywords
References
1. Bittencourt AL, et al. Manifestations of the human T-cell lymphotropic virus type I infection in childhood and adolescence. J Pediatr . 2006 ;82:411-20.
2. Osame M, et al. HTLV-I associated myelopathy, a new clinical entity. Lancet. 1986 3:1031-2.
3. Shimoyama M. Diagnostic criteria and classification of clinical subtypes of adult T-cell leukaemia-lymphoma. A report from the Lymphoma Study Group (1984-87). Br. J. Haematol. 1991 79:428-37.
5. La Grenade L, et al. Clinical, pathologic, and immunologic features of human T-lymphotrophic virus type I-associated infective dermatitis in children. Arch Dermatol. 1998 134:439-44.
6. Farre L, et al. Early sequential development of infective dermatitis, human T cell lymphotropic virus type 1-associated myelopathy, and adult T cell leukemia/lymphoma. Clin. Infect. Dis. 2008 fev 1;46:440-2.
7. Bittencourt AL. Vertical transmission of HTLV-I/II: a review. Rev. Inst. Med. Trop. Sao Paulo. 1998, 40:245-51.
8. Galvão-Castro B,et al. Distribution of human T-lymphotropic virus type I among blood donors: a nationwide Brazilian study. Transfusion. 1997, 37:242-3.
9. Dourado I, et al. HTLV-I in the general population of Salvador, Brazil: a city with African ethnic and sociodemographic characteristics. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 2003, 34:527-31.
10. Oliveira M de FSP et al. Infective dermatitis associated with the human T cell lymphotropic virus type I in Salvador, Bahia, Brazil. Clin. Infect. Dis. 2005,40:90-96.
11. Saito M,et al. Bladder dysfunction due to human T-lymphotrophic virus type I associated myelopathy. Br J Urol. 1991, 68:365-8.
12. Primo JRL, et al. Infective dermatitis and human T cell lymphotropic virus type 1-associated myelopathy/tropical spastic paraparesis in childhood and adolescence. Clin. Infect. Dis. 2005,41:535-41.